domingo, 19 de junho de 2011

Zona de Treinamento

Conheça quais são elas, suas intensidade e o que cada uma traz de benefício para a sua evolução..

           
         Conhecer as zonas de treinamento, ou zonas de freqüência cardíaca, é fundamental para saber como o seu corpo se comporta durante a pedalada e se o treino está adequado para seu objetivo. Além disso, ao saber a quantas anda o seu coração sob determinado esforço, você consegue alcançar mais rápido suas metas e ainda diminui os riscos de lesão. “Respeitar as faixas de freqüência significa respeitar os limites do corpo”, afirmou o treinador Ricardo Arap.

          O nosso corpo se comporta de uma maneira diferente em cada uma das zonas de treinamento. Por isso, é importante saber quais são as faixas de freqüência cardíaca para alcançar os objetivos desejados. “Com elas, podemos criar rotinas de treinos dentro da meta desejada, seja ganho resistência, aumento da potência ou elevação da agilidade”, explicou Arap. 
          
          Para saber qual é a sua zona de treinamento, é necessário conhecer o conceito freqüência cardíaca máxima (FCmax). Ela pode ser facilmente obtida por meio da Fórmula de Karvonen, na qual basta diminuir a sua idade de 220. O resultado será ao seu batimento máximo.
          
          Após determinar a freqüência cardíaca máxima, basta aplicá-la dentro de cada zona de treinamento para saber qual a faixa de freqüência cardíaca que deve ser utilizada durante os treinos. Veja, abaixo, quais são as zonas de treinamento:


Zona de Manutenção (restauração) – 50 a 60% da FCmax
          Essa faixa de intensidade é utilizada no trabalho com iniciantes, no retorno das atividades após um período de interrupção, na recuperação após treinos exaustivos ou em aquecimentos. Nela, nosso organismo usa a gordura como principal fonte de combustível, mas é necessário um longo tempo de atividade para perder peso.


Zona Aeróbia Lipolítica (queima de gordura) – 60 a 70% da FCmax
          Essa zona de intensidade é usada para melhorar o condicionamento físico aeróbio. Por usar os lipídios como principal fonte energética, ela é a ideal para quem deseja diminuir os percentuais de gordura corporal. Quanto maior for a duração dos treinos, melhores serão os resultados.


Zona do Limiar Aeróbio (endurance/ resistência) - 70 a 80% da FCmax
          Esta zona é a ideal para os atletas que praticam esportes que exigem grande resistência, como ciclismo, triathlon, corrida e futebol. Nessa faixa, a capacidade funcional do organismo melhora consideravelmente, pois existe um aumento do número de vasos sanguíneos, da ventilação pulmonar, do vigor físico e do volume de sangue bombeado. Nela, 50% das calorias queimadas são provenientes dos carboidratos e 50% das gorduras. Por isso, é fundamental manter uma alimentação balanceada.


Zona Mista (limiar anaeróbio) - 80 a 90% da FCmáx
          Os principais benefícios dessa faixa são a melhora do VO2Max (máximo de oxigênio que nosso corpo consome durante o exercício) e uma maior tolerância do organismo ao ácido lático. Isto significa que você vai melhorar sua resistência e não irá se cansar tão facilmente. Ela é ideal para atletas que disputam provas de estradas e precisam percorrer grandes distâncias durante um longo tempo. Nesta zona, a quantidade de calorias queimadas é superior às das três anteriores, mas a principal fonte de energia do organismo são os carboidratos. Por isso, ela não serve para quem deseja apenas perder peso.


Zona de Esforço Máximo - 90 a 100% da FCMÁX
          Esta faixa é indicada para indivíduos de esportes de velocidade ou potência, como os 100 metros rasos do atletismo ou provas de curta distância na natação. Esta zona é tão intensa que só deve ser utilizada por pessoas que estão em ótima forma física. O ideal é que ela seja intercalada com treinos em outras faixas para evitar os riscos de lesões musculares.


Dicas importantes
  • Mesmo conhecendo as faixas cardíacas, é fundamental consultar um técnico e um cardiologista antes de iniciar qualquer treinamento, pois eles poderão determinar o planejamento ideal para cada atleta.
  • É preciso saber utilizar cada zona, por isso, é importante montar um treino específico para cada pessoa. Assim, conseguimos melhorar as deficiências de cada um sem perder as qualidades.
  • Segundo o dr. Nabil Ghorayeb, presidente do Grupo de Estudos em Cardiologia no Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia, é importante conhecer os limites do corpo e saber equilibrar os treinos entre as zonas de freqüência cardíaca.
  • Quem ultrapassa seus limites ou só trabalha em altos níveis acentua os riscos de lesões e pode sofrer alterações no ritmo cardíaco. Por isso, a alta intensidade só é recomendada para quem realmente vai disputar uma competição, e, mesmo assim, é preciso ter o acompanhamento de uma equipe especializada.
  • Já o dr. Antônio Sérgio Tebexreni, assistente-doutor em cardiologia da Unifesp e do Laboratório Fleury, afirmou que é importantíssimo realizar exames precisos antes de iniciar qualquer treinamento, principalmente aqueles que trabalham nas zonas de freqüências cardíacas mais altas.
  • Os trabalhos em alta freqüência, por si só, não são fatores desencadeantes, mas se a pessoa já tiver alguma coisa, ela pode apresentar problemas cardíacos como a arritmia, a isquemia coronária e até infarto.


É isso aí pessoal, sabendo disso vamos procurar um cardiologista para fazermos um teste ergométrico e teste o limite do seu coração, depois disso é só correr, pedalar, nadar, treinar, da forma que vocês quiserem, sempre com o cuidado de um treinador físico, sempre chegando ao seu limite, e como eu costumo falar com meu alunos: "vamos dar 110% da gente e ultrapassaremos os nossos limites".

sábado, 11 de junho de 2011

Jack3d ou Jacked!!


          A enorme quan­ti­dade de pro­du­tos mági­cos ofe­re­ci­dos pela indús­tria de suple­men­ta­ção nos deixa real­mente ator­do­a­dos e sem saber como jul­gar qual o melhor, se real­mente fun­ci­ona e quais são os ris­cos. Por isso vou escre­ver um post sobre esse pro­duto especificamente.


          Quando pen­sa­mos em suple­men­ta­ção, sem­pre temos que lem­brar de ali­men­ta­ção. Os suple­men­tos nada mais são do que com­pos­tos iso­la­dos de deter­mi­na­das subs­tân­cias pre­sen­tes nos ali­men­tos ou no nosso organismo. E por isso, uma aná­lise cri­te­ri­osa de cada com­po­nente do suple­mento deve ser feita antes de ser con­su­mido. Basi­ca­mente, deve­mos ana­li­sar o que é e para que serve cada item e seus efei­tos colaterais.
          O Jack3d é ven­dido como um super suple­mento pré-treino, que irá te fazer ficar mais focado, levan­tar mais peso e te dar ener­gia dura­doura para trei­nos intensos!
          Para con­fir­mar isso e res­pon­der as per­gun­tas que me fazem, bus­quei estu­dos com dados cien­tí­fi­cos sobre o Jack3d. Entretanto, em minhas pes­qui­sas não encon­trei expe­ri­men­tos com esse suple­mento. O que fiz então foi pro­cu­rar sua com­po­si­ção deta­lhada para analizá-la separadamente.
A com­po­si­ção do Jack3d é divida em 2 complexos.

COMPLEXO I: Y-RD™ (153,33 mg)


THEOPHYLLINE (TEOFILINA)
          É tam­bém conhe­cida como dime­til­xan­tina. É uma droga usada no tra­ta­mento de doen­ças res­pi­ra­tó­rias como asma, doença pul­mo­nar obs­tru­tiva crô­nica (DPOC), tem efei­tos esti­mu­lan­tes por pos­suir forma estru­tu­ral seme­lhante a da cafeína. Con­tudo, por causa dos seus efei­tos cola­te­rais agora é rara­mente uti­li­zada clinicamente.
          A teo­fi­lina é natu­ral­mente encon­trada na maior parte dos chás, só que em meno­res quantidades.
Suas prin­ci­pais ações são:
  • dila­tar os brôn­quios no pulmão;
  • aumen­tar a força de con­tra­ção do coração;
  • aumen­tar a frequên­cia (ritmo) de con­tra­ções do coração;
  • aumen­tar a pres­são arterial;
  • aumen­tar o fluxo san­guí­neo nos rins;
  • efeito esti­mu­lante no sis­tema ner­voso cen­tral (SNC), prin­ci­pal­mente na parte res­pon­sá­vel pelo con­trole da respiração
Alguns pos­sí­veis efei­tos cola­te­rias da Teofilina:
  • diar­réia;
  • náu­sea;
  • aumento da frequên­cia cardíaca;
  • cefa­léia;
  • insô­nia;
  • irri­ta­bi­li­dade;
  • ton­tu­ras;
  • ver­tin­gens

1,3 DIMETHYLAMYLAMINE
          A Dimethy­lamy­la­mine ou Methy­lhe­xa­ne­a­mine, é um com­po­nente do óleo da flor de Gerâ­nio e por isso é ven­dida pela indús­trias de suple­men­ta­ção como ali­mento dietético.
          Quando iso­lada em labo­ra­tó­rio, nor­mal­mente é uti­li­zada como des­con­ges­ti­o­nante nasal, por via oral ou nasal, por causa do seu efeito vasoconstritor.
          Entre­tanto, essa droga não é apro­vada pela Food and Drug Admi­nis­tra­tion (FDA), nos EUA, pela falta de estu­dos con­clu­si­vos sobre sua dose segura e pelos efei­tos esti­mu­lan­tes sobre o SNC seme­lhan­tes ao das anfe­ta­mi­nas e efe­drina, o que pode oca­si­o­nar dependência.
          Na Nova Zelân­dia fre­quen­ta­do­res de fes­tas notur­nas con­su­miam com­pri­mi­dos esti­mu­lan­tes que tinham como ingre­di­ente ativo a Dimethy­lamy­la­mine. Alguns efei­tos adver­sos sérios foram relatados:
  • dores de cabeça;
  • náu­seas;
  • aci­dente vas­cu­lar cere­bral (AVC)
          E então, desde 2008 essa subs­tân­cia pas­sou a ser con­si­de­rada ile­gal na Nova Zelândia.
          No meio espor­tivo, já foram encon­tra­dos vários casos de doping por uti­li­za­ção da Dimethylamylamine.
          Em 2009 cinco atle­tas jamai­ca­nos foram pegos no exame pelo Comitê Jamai­cano de Anti-Doping, pelo uso dessa droga como estimulante.
          Durante os Jogos da Com­monwe­alth neste ano, o atleta nige­ri­ano Damola Osayemi per­deu sua meda­lha de ouro nos 100m, após ser detec­tada a subs­tân­cia Dimethy­lamy­la­mine durante os tes­tes de drogas. Em seguida, o teste de outro atleta nige­ri­ano, Samuel Okon, que ter­mi­nou em sexto nos 110m com bar­rei­ras, tam­bém deu posi­tivo para a droga.
          Ainda em 2010, em outu­bro, dois ciclis­tas Portugueses, foram pegos no dop­ping durante o Cam­pe­o­nato Naci­o­nal Por­tu­guês no final de junho. O Aus­tra­lian Sports Anti-doping Autho­rity sus­pen­deu nove atle­tas aus­tra­li­a­nos da Liga de Fute­bol Aus­tra­li­ano e Liga Naci­o­nal de Rugby tam­bém em outubro.
          Em novem­bro foi a vez da África do Sul encon­trar a subs­tân­cia em dois joga­do­res de Rugby na turnê anual de Rugby do Hemis­fé­rio Norte, os joga­do­res foram sus­pen­sos e ime­di­a­ta­mente man­da­dos de volta casa, ape­sar de terem ale­gado que con­su­mi­ram a subs­tân­cia invo­lun­ta­ri­a­mente, sob a forma de medi­ca­ção para os sin­to­mas da gripe.
          Por esses fatos, a par­tir de 2010, a World Anti-Doping Agency incluiu a Dimethy­lamy­la­mine na lista de subs­tân­cia ilegais.



DIBENZO
          Essa subs­tân­cia é da famí­lia das Ben­zo­di­a­ze­pi­nas, que são um grupo de medi­ca­men­tos uti­li­za­dos para tra­ta­mento de ansi­e­dade, amné­sia ante­ró­grada ou como seda­ti­vos, hip­nó­ti­cos, rela­xante mus­cu­lar e ainda anti­con­vul­si­o­nante. Ela tem uma grande capa­ci­dade de depri­mir o SNC, ou seja, dimi­nuir a ati­vi­dade cerebral.
Alguns efei­tos adver­sos do seu uso:
  • Seda­ção;
  • Eufo­ria;
  • Amné­sia;
  • Indi­fe­rença e má ava­li­a­ção do perigo;
  • Exa­cer­bar muito os efei­tos do álcool;
  • Con­fu­são mental;
  • Hipo­ter­mia (dimi­nui­ção da tem­pe­ra­tura corporal);
  • Depen­dên­cia;
  • Aumento da hos­ti­li­dade (agressividade);
  • Ata­xia (falta de coor­de­na­ção nos movimentos);
  • Ane­mia;
  • Alu­ci­na­ções.
Nome de alguns tipos de benzodiazepínicos:
  • Dia­ze­pam ou Valium;
  • Lora­ze­pam;
  • Clo­na­ze­pam ou Rivotril;
  • Bro­ma­ze­pam ou Lexotan.

SCHIZANDROL A
          O Schi­zan­drol A pos­sui a seguinte com­bi­na­ção: 2, 3, 4, 1, 2, 3-hexamethoxy-6,7-dimetil-1, 2,3,4-dibenzo-1,3-cyclooctadien-6-Ol e junto com o Dibenzo, atuam no fun­ci­o­na­mento cere­bral ini­bindo o SNC.
          Ele pro­voca o aumento nas con­cen­tra­ções de dopa­mina e sero­to­nina no cére­bro, levando a um aumento na sen­sa­ção de pra­zer e bem estar, por isso, tam­bém pode ser uti­li­zado no tra­ta­mento de trans­tor­nos de comportamento, ansiedade e depres­são. Entre­tanto, exis­tem pou­cas pes­qui­sas com a sua uti­li­za­ção em huma­nos, somente em roedores.

COMPLEXO II: ATP-Carnosina-Vaso Com­plex™ (3500,00 mg)


CREATINA MONOHIDRATADA
          A cre­a­tina é um com­posto encon­trado nos mús­cu­los na de forma de Cre­a­tina Fos­fato (CP), pois em sua estru­tura quí­mica existe uma molé­cula de fós­foro adicionada.
          Como suple­mento, é uti­li­zada nor­mal­mente em moda­li­da­des espor­ti­vas que exi­gem uma grande pro­du­ção de força, e de maneira rápida. Nos ali­men­tos é encon­trada em mai­o­res quan­ti­da­des nas car­nes em geral.

BETA ALANINA
          É um ami­noá­cido não essen­cial pre­sente no nosso orga­nismo, que tem par­ti­ci­pa­ção em todas as vias energéticas: carboidratos, pro­teí­nas e gor­du­ras. Ela atua no reco­nhe­ci­mento dos nutri­en­tes que serão utli­za­dos pela célula, na regu­la­ção da ati­vi­dade de cer­tos tipos de enzi­mas, no meta­bo­lismo do Trip­to­fano (ami­noá­cido for­ma­dor de Sero­to­nina) e tam­bém auxi­lia no aumento da sín­tese pro­teíca (for­ma­ção de novas proteínas).

ARGININA
          É tam­bém um ami­noá­cido pre­sente no nosso orga­nismo, porém essencial.
          A argi­nina é o pre­cur­sor ime­di­ato do Óxido Nítrico e esse por sua vez pro­move rela­xa­mento dos vasos san­guí­neos, dimi­nuindo a pres­são arte­rial. Tam­bém é impor­tante para pro­du­ção de cre­a­tina e tem papel fun­da­men­tal na divi­são celu­lar (mitose e mei­ose), na cica­tri­za­ção de feri­das, na remo­ção de amô­nia do corpo, no sis­tema imu­no­ló­gico e na pro­du­ção de alguns hormônios.

ALFA-CETOGLUTARATO
          Conhe­cido tam­bém como Ácido Alfa-Cetoglutarato tem par­ti­ci­pa­ção na for­ma­ção de ener­gia celu­lar sendo uma peça chave no Ciclo de Krebs (ciclo for­ma­dor de ener­gia den­tro das célu­las). Além de regu­lar a pro­du­ção de ener­gia, outra fun­ção impor­tante desse ácido é a for­ma­ção de ácido glu­tâ­mico ou Glu­ta­mina, ami­noá­cido essen­cial para con­tro­lar a repa­ra­ção de teci­dos no corpo (pele, mús­cu­los e outros) e man­ter o sis­tema imunológico.

OUTROS INGREDIENTES

ÁCIDO CÍTRICO
          O ácido cítrico é um anti­o­xi­dante encon­trado na mai­o­ria das fru­tas, sobre­tudo nas mais cítri­cas, limão, laranja, acerola.
          Sua fun­ção é aju­dar a remo­ver os átomos de oxi­gê­nio que “sobram” no nosso corpo, retar­dando o pro­cesso de envelhecimento.
SUCRALOSE
          É um ado­çante deri­vado do açú­car, bas­tante uti­li­zado em bebi­das de baixa quan­ti­dade calórica.
ACESULFAME-K
          Ado­çante die­té­tico bas­tante uti­li­zado em doces, bebi­das e chi­cle­tes. Ele não é meta­bo­li­zado pelo orga­nismo humano, sendo eli­mi­nado com a mesma forma em que foi ingerido.

IMPORTANTE!

Todas as subs­tân­cias des­cri­tas no COMPLEXO I atuam no fun­ci­o­na­mento do Sis­tema Ner­voso Cen­tral e podem cau­sar dependência.

 

Galera é o seguinte, ainda não fizeram testes significativos em humanos usando jack3d, é um suplemento relativamento atual, e com certeza em breve aparecerá artigos mais fidedignos comprovando seu efeito. Como todo suplemento tem seus riscos se usado em doses altas e desnecessarias, eu faço musculação desde que eu tinha 15 anos, estou usando Jack 3d há 3 semanas, tenho 26 agora, conheço meus limites, sei o que posso, o que me faz mal, sugiro que procure um nutricionista ou um endocrinologista para ter certeza se realmente tem necessidade de tomar algum suplemento, sempre siga orientação de um profissional experiente, e nao se iludam com comentarios de usuário em sites sobre musculação, lembre-se sempre: CADA ORGANISMO SE ADAPTA DE FORMA DIFERENTE COM TUDO.

domingo, 5 de junho de 2011

Fibras Musculares

Músculos e Tipos de Fibras Musculares

Músculos são as unidades contráteis da estrutura corporal. São as estruturas responsáveis pelo movimento que executamos durante toda e qualquer atividade motora. No corpo humano, existem três tipos de músculos: músculo liso, estriado e cardíaco. Cada um destes possui diferentes funções já que cada um tem características morfológicas e metabólicas peculiares.

Músculo liso: este tipo contrai em resposta a impulsos nervosos de uma parte do sistema nervoso não controlado pela vontade. Como exemplo podemos citar o funcionamento do aparelho circulatório, cujo funcionamento não causa percepção consciente.

Músculo cardíaco: o tecido muscular cardíaco se assemelha ao músculo liso por serem as suas contrações influenciadas pela parte do sistema nervoso relacionada com funções mais automáticas e involuntárias. Mas o músculo cardíaco tem a capacidade inerente de iniciar seu próprio impulso de contração, independentemente do sistema nervoso.

Músculo esquelético: os órgãos anatômicos chamados músculos estão sob controle da vontade, embora sua função possa tornar-se semi-automática com a repetição e com o treino. São estes músculos que realizam os movimentos do corpo humano.

As estruturas que compõem os músculos são denominadas fibras musculares. São elas que, através de um intricado processo bioquímico e mecânico, se encurtam, produzindo movimentos. No entanto, a musculatura esquelética não possui apenas um único tipo de fibra muscular. Através de uma técnica de biópsia que "colore" histoquimicamente as fibras musculares, pesquisadores puderam diferenciar dois tipos de fibras musculares: as de contração lenta (CL) e as de contração rápida (CR). As fibras CL são também denominadas vermelhas pois, ao serem "coloridas", se mostram avermelhadas pois são ricas em mioglobina (um composto que armazena oxigênio, dentre outras funções). Já as fibras CR não alteram a sua coloração e, portanto, são também denominadas fibras brancas pois estas são pobres em mioglobina.

Fibras de Contração Lenta:  as fibras CL possuem características contráteis de caráter lento, ou seja, se encurtam mais lentamente. Porém não se iluda, as fibras CL se contraem em cerca de 90-140 milisegundos, ou seja, muito mais rapidamente do que até mesmo um piscar de olhos! Metabolicamente, são dotadas de muitas mitocôndrias (organelas responsáveis pelo metabolismo aeróbio), enzimas aeróbias e capilares sanguíneos (micro-vasos sanguíneos que facilitam a perfusão de oxigênio pelos músculos). Por isto, são dotadas de uma alta capacidade para oxidar (queimar) gorduras, carboidratos e até mesmo ácido láctico.

Fibras de Contração Rápida: as fibras CR podem ser subdivididas em dois subtipos: fibras CR tipo A (IIA) e fibras CR tipo B (IIB). Fibras IIA possuem características contráteis rápidas, ou seja, se contraem rapidamente (40-90 milisegundos) mas são dotadas de características metabólicas semelhantes às fibras CL. Possuem uma capacidade oxidativa razoável, inferior à CL mas que pode aumentar consideravelmente. No entanto, seu verdadeiro potencial está no metabolismo anaeróbio de média duração (1-3 minutos). As fibras IIA são capazes de gerar energia independentemente da presença de oxigênio, produzindo como subproduto de seu trabalho o ácido láctico. Fibras IIB são chamadas de verdadeiras fibras de contração rápida pois sua velocidade de contração é rápida (40-90 milisegundos) e suas propriedades metabólicas possuem um baixo caráter oxidativo e um alto potencial para o fornecimento de energia de curta (1-50 segundos) e média (1-3 minutos) duração.

Funcionamento dos diferentes tipos de fibras musculares no dia-a-dia:

As fibras CL são recrutadas em primeiro lugar, independentemente da intensidade do exercício. Caso haja necessidade de um fornecimento rápido e potente de energia, fibras adicionais do tipo IIA serão recrutadas. Somente em níveis máximos ou quase máximos é que recrutamos as fibras IIB. A existência de diferentes tipos de fibras musculares nos permite que executemos as mais diversas atividades motoras de uma maneira mais eficiente. Por exemplo, quando corremos em velocidade máxima recrutamos todos os tipos de fibras, principalmente as do tipo IIB. No entanto, as fibras IIB entram rapidamente em fadiga e caso quiséssemos continuar correndo, seríamos obrigados a reduzir a velocidade pois as fibras IIA passariam a ser preferencialmente recrutadas.

Apesar de possuírem um alto potencial energético, este é ainda assim inferior à potência das fibras IIB. Não demoraria muito e rapidamente sentiríamos uma enorme sensação de fadiga, nos obrigando a reduzir ainda mais a velocidade. Neste caso, as fibras CR passariam a ser recrutadas preferencialmente. Inteligentemente, estas fibras utilizam seu alto potencial oxidativo para queimar preferencialmente as gorduras e ácido láctico que foi acumulado durante os momentos anteriores do exercício. Somente assim seria possível continuar correndo sem esgotar as reservas limitadas de carboidratos que se encontram estocadas em nossos músculos. Esperamos que este texto tenha sido interessante e elucidativo. Caso deseje obter informações adicionais, consulte-nos. Teremos o maior prazer em atendê-lo. Bons treinos e até o próximo texto do mês.